Transtorno de Sono-vigília - INSÔNIA
Olá!
Com o atual
cenário de pandemia e isolamento é muito comum algumas pessoas acabarem ficando
mais ansiosas e apreensivas que o normal, isso pode levar a vários transtornos,
dentre eles os de Sono-vigília e em especial a insônia, tema que vamos tratar
aqui no blog essa semana.
Contextualizando,
os transtornos de sono-vigília são diversos transtornos que, como o próprio
nome diz, estão relacionados ao sono, com queixas frequentes de insatisfação em
qualidade, tempo e quantidade de sono, podem ainda estar acompanhados de casos
como depressão, ansiedade e alterações cognitivas ou até mesmo ser um sinal que
antecipa esses problemas, o que deve ser levado em consideração pelo
profissional que ira traçar o planejamento e gerenciamento do tratamento,
normalmente feito por médicos generalistas ou profissionais ligados a saúde
mental como é o caso do psiquiatra.
Esse bloco de transtorno envolve 10 diferentes transtornos
individuais e em grupo. São eles:
1-
Transtorno de insônia
2-
Transtorno de hipersonolência
3-
Narcolepsia
4-
Transtornos de sono relacionados a respiração
5-
Transtornos de sono-vigília do ritmo circadiano
6-
Transtornos de despertar do sono não REM
(movimento rápido dos olhos)
7-
Transtorno do pesadelo
8-
Transtorno comportamental do sono REM
9-
Sindrome das pernas inquietas
10- Transtorno
do sono induzido por substância/medicamento
Como dito acima, começarei
falando de um dos mais comuns a insônia. Vamos lá?
Vale
lembrar também que não pretendo trazer soluções diagnosticas ou códigos de
identificação nas postagens pois a intenção é aprender mais sobre o tema e não
levar a auto medicação ou auto diagnóstico.
TRANSTORNO DE
INSÔNIA
O que é a insônia afinal?
Insônia é a
incapacidade de iniciar o sono ou manter o sono, normalmente causada por maus
hábitos ou associada a algum outro transtorno (como ansiedade e depressão) esteja
ele já presente ou sendo sintoma para início de algum.
Nada impede
que a insônia apareça também sozinha, mas, um diagnostico concomitante de
insônia deve ser somente considerado quando a insônia for suficientemente grave
para justificar atenção clínica independente, caso contrário, o diagnostico
desta não é feito separadamente.
Quais são as Características Diagnosticas?
A insônia pode ser caracterizada
de três formas diferentes, podendo assim o indivíduo alternar entre uma e
outra, são elas:
(1) Insônia
inicial – Que é a dificuldade de “iniciar” o sono na hora de dormir.
(2) Insônia
intermediaria – Que é o despertar frequente ou prolongado durante a noite,
muitas vezes com dificuldade para voltar a dormir.
(3) Insônia
terminal – Que é o despertar antes da hora habitual junto a incapacidade de
retornar ao sono.
Há também uma variação chamada de
sono não reparador onde há queixa de má qualidade do sono e relatos de acordar
cansado, podendo assim estar relacionado aos tipos de insônia.
Assim
como outras doenças e transtornos, faz parte do entender diagnostico e sua
intensidade também o tempo de presença dele, podendo ser classificada em:
Episódico
– Os sintomas que duram pelo menos um mês, porém menos de 3 meses;
Persistente
– Os sintomas que duram 3 meses ou mais;
Recorrente
– Dois ou mais episódios que ocorrem dentro do espaço de um ano.
Como é feito o diagnóstico da insônia?
De acordo o DSM-5 usado como
fonte principal para essa matéria, os critérios diagnósticos são:
A
– Queixas de insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono junto de (1)
dificuldades para iniciar o sono, (2) Dificuldade para manter o sono com vários
despertares e ate mesmo dificuldade de retornar o sono após cada despertar e
(3) Despertar antes do horário habitual com incapacidade de retornar ao sono.
B
– A perturbação do sono causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo
nas atividades comuns deste
C
– Dificuldades relacionadas ao sono por pelo menos 3 noites na semana
D
- Dificuldades relacionadas ao sono que permanecem por pelo menos 3 meses
E
- Dificuldades relacionadas ao sono ocorrem a despeito de oportunidades
adequadas para dormir
F – A insônia
não é mais bem aplicada ou não ocorre exclusivamente durante o curso de outro transtorno
de sono-vigília
G – A insônia
não é atribuída aos efeitos fisiológicos de alguma substancia (drogas ilícitas,
medicamentos, etc)
H – A
coexistência de transtornos mentais e de condições médicas não explica
adequadamente a queixa predominante de insônia.
Devemos
lembrar também que há pessoas que não possuem insônia e sim sono curto que é
diferente de insônia e mesmo assim pode deixá-lo mais tempo na cama e criar
padrões semelhantes ao da insônia.
Prevalência
A insônia acomete
principalmente mulheres (em uma proporção de 1,44:1 em relação aos homens de
acordo o DSM-5), sua queixa prevalece mais entre adultos de meia-idade e
adultos mais velhos, onde a dificuldade de conciliar o sono é mais prevalente
em adultos jovens e a dificuldade de manutenção do sono tem mais frequência em
indivíduos na meia-idade e idosos. Mas também pode ocorrer em pessoas fora
desse parâmetro.
Fatores de Risco
Primeiro,
vamos lá, o que é fator de risco? Em saúde é qualquer situação que aumente a
probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde.
Os fatores de risco, ou seja,
atos ou ocorrências que podem aumentar a vulnerabilidade a insônia de acordo o
DSM-5 são:
A
– Temperamentais – Ansiedade ou personalidade propensa a preocupações e
tendência a reprimir emoções;
B
– Ambientais – Ruídos, iluminação, temperaturas muito altas ou baixas;
C
– Genéticos e fisiológicos – Como dito na prevalência, o sexo feminino e a
idade avançada estão associados a vulnerabilidade a insônia;
D
– Modificadores de curso – Práticas inadequadas de higiene de sono como uso
excessivo de cafeína e horários irregulares para dormir.
Vale ressaltar
também que a preocupação com o sono e com a incapacidade de dormir pode
dificultar ainda mais a chegada deste e levar a alguns ciclos viciosos como,
permanecer tempo excessivo na cama e seguir um horário irregular de sono além
de também poderem levar a hábitos cognitivos desagradáveis como o medo da
insônia ou apreensão decorrente de problemas enfrentados durante o dia. Com
frequência pessoas com insônia necessitam de mais esforço para manter o
desempenho cognitivo.
Algumas dicas de como
melhorar a insônia
Em minhas
pesquisas e estudos sobre o tema encontrei no site do Hospital Sírio-libanês
(uma fonte que julgo confiável) algumas dicas como: Adotar horários regulares
de sono, Evitar dormir muito durante o dia, Fazer atividade física pela manhã
ou à tarde, Evitar bebidas com cafeína à noite, Comer alimentos leves no jantar,
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, Diminuir a exposição à luz durante à
noite, Criar um local aconchegante para dormir, Fazer atividades relaxantes à
noite e Tentar não “brigar” com a insônia.
(link para a matéria completa
aqui )
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