Neurociências - A ciência da curiosidade sobre o encéfalo.

 E depois de muito tempo pensando e repensando se eu continuo com o blog... VOLTEI!

Semana passada foi o inicio do volta as aulas da minha faculdade e descobri que iremos ter na nossa grade, NEUROCIÊNCIAS! Algo que eu estou achando bem interessante e produtivo (mesmo com as revisões de neurologia), então resolvi falar um pouco sobre isso e contar A HISTORIA DA NEUROCIÊNCIA! 

Mas antes de ir pra parte histórica, me conta aqui, você sabe O QUE É A NEUROCIÊNCIA?

De forma objetiva, clara e direta, a neurociência é o estudo cientifico do sistema nervoso, ou seja, é a ciência que procura saber cada vez mais sobre o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos, e vai alem da parte anatômica, ela busca saber como funciona cada coisa e as mudanças que acontecem.

Nossa, psiq, mas parece neurologia não é mesmo? Sim! Mas tem diferença.

A diferença entre a Neurociência e a Neurologia começa pelo fato de que todo Neurologista tem que ser antes de tudo médico, neurologia é uma especialização médica que trata do sistema nervoso, suas patologias e afins, já o neurocientista não necessariamente é um médico (apesar de ter diversos trabalhando nas pesquisas) ele pode ser por exemplo, um biólogo, um anatomista, um químico, e quanto aos médicos, não necessariamente são apenas os neurologistas, psiquiatras e neurocirurgiões também trabalham nessas pesquisas. Continuando... A neurociência diferente da neurologia procura saber como o sistema nervoso funciona, não apenas patologia, ou seja, como surgem os pensamentos? Para que serve cada parte do cérebro? Como os neurônios se comunicam? O que há de diferente nesse caso que causa essa alteração? Como funciona? São perguntas que a neurociência pode tentar resolver através de diversos estudos e testes diferente!

Outro dia venho aqui explicar como funcionam e são feitos os estudos da neurociências caso tenham interesse, mas continuando com a ideia do post de hoje, vamos a evolução histórica!

A HISTORIA DA NEUROCIÊNCIA 

A ideia da neurociência vem desde a pré-historia, onde o homem de forma, obviamente, arcaica procurava entender a cabeça dos outros, mas a curiosidade para o entendimento dos sentimentos em si podemos ver mais com os egípcios, que procuravam entender de onde vinham os sentimentos, mas acreditavam que o que sentíamos vinha do coração, tanto que durante as praticas de mumificação onde eles retiravam e guardaram alguns órgãos eles retiravam o encéfalo pelo nariz e o descartavam por não o acharem importante (acho que tem gente por ai que deve ser retorno de múmia e arrancou o encéfalo pelo nariz porque não usam samerda).

Já na Grécia antiga vemos Hipócrates, o pai da medicina, que chegou a conclusão que o encéfalo era o verdadeiro responsável pelos sentimentos e pela inteligência, começando assim vários debates e pesquisas que guiaram essa ideia através dos seculos.

No antigo Império Romano vemos então Galeno, que sugeria que o cérebro recebia as sensações que sentimos e o cerebelo respondia e comandava os músculos do corpo, mas como ele chegou nessa conclusão? Analisando o cérebro e o cerebelo e entendendo que o cerebelo por ser mais duro tinha algo envolvido com os músculos e o cérebro por ser mais mole recebia os sentidos e sentimentos.

Algumas décadas depois vamos a Renascença no século XIX, onde começaram as teorias de como esses estímulos eram enviados para o corpo, surgindo assim a ideia da "mecânica de fluidos" criada por René Descartes, ou seja, René acreditava que o intelecto vinha diretamente de Deus e os nervos eram parecidos com os vasos sanguíneos, fazendo com que fluidos passarem por eles vindos do encéfalo para todo o corpo e assim o corpo respondia.  

Nos séculos XVII e XVIII outros estudos começaram a acontecer e finalmente perceberam que o cérebro possui dois tipos de tecidos, a massa cinzenta e a substancia branca e acreditavam que a parte branca era a continuação dos nervos e passava as informações para a substancia cinzenta. A divisão em lobos e os giros, os sulcos e fissuras foram então levados em consideração, após diversas dissecações no final do seculo XVIII.

Finalmente chegamos ao século XIX onde a evolução dos estudos levou as 4 ideias chaves daquele momento, são elas:

(1) Nervos como fios - Derrubaram a ideia dos nervos como tubos ao analisarem que os músculos podiam ser estimulados através do choque, portanto os nervos seriam como fios que conduziam na verdade sinais elétricos.

(2) Localização de funções especificas em diferentes partes do encéfalo - Nesse temos 1811 Bell que propôs que a origem das fibras motoras era o cerebelo e o cérebro o local final. 1823 Marie-Jean-Pierre concluindo o envolvimento do cérebro na percepção sensorial. E 1861 com Paul Broca dizendo que cada região do cérebro tinha uma função, por sinal, acho interessante dizer que Broca chegou a essa conclusão após analisar o cérebro de um homem com problema na fala e notar que havia na parte do lobo frontal dele uma anomalia, ligando assim a ideia do lobo frontal a fala.

(3) A evolução do Sistema Nervoso - Aqui vemos a conclusão do super famoso e estudioso Darwin! Com sua obra "a origem das especies" onde diz que o comportamento esta entre os traços herdados de uma geração para outra.

(4) O neurônio é a unidade funcional básica do encéfalo - Em 1839 houve então a descoberta das células a partir da criação do microscópio e foi criada a teoria de que as células nervosas se fundiam como um grande conjunto de vasos sanguíneos (mas vale lembrar que não regrediram ao pensamento da teoria dos fluidos, ela já havia sido descartada). 

A NEUROCIÊNCIA HOJE

Muito foi aprendido com os acertos, erros e hipóteses do passado, hoje sabemos um pouco mais sobre o funcionamento de toda a parte neural de forma mais refinada, porém, não sabemos tudo ainda, então por isso os estudos da neurociência são tão importantes e continuam a acontecer.

Mas visto que hoje temos diversos acessos a diferentes tecnologias a neurociência começou a dividir seu campo de estudo pra ser cada vez mais especifico, assim, temos no dia de hoje a Neurociência Molecular, celular, sistêmica, comportamental e cognitiva. Áreas que estudam o encéfalo de forma mais minuciosa para criar então novas teorias e verifica-las ate que seja encontrado algum fato cientifico.

Ficou curioso pra saber mais? Eu também! Então vamos seguir os estudos em busca de saber ainda mais sobre cada descoberta.

Bibliografia: 

Bear, M.; Connors, B.; Paradiso, M. Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. 4ª edição. Porto Alegre: artmed, 2017.